No início da noite desta quinta-feira, o Flamengo, via assessoria de imprensa, comunicou a morte do ex-centroavante Gaúcho, um dos destaques rubro-negros na conquista do pentacampeonato brasileiro, em 1992. O ex-camisa 9, vítima de um câncer de próstata, ficou conhecido pelas comemorações bem-humoradas e sempre contava com a companhia de Paulo Nunes, Djalminha, Marcelinho e outros para as coreografias. Os mais jovens ficaram conhecidos como Gaúcho’s Boys. O enterro deve acontecer entre segunda e terça-feira da semana que vem.
Como profissional do Flamengo, Gaúcho fez 98 gols em 200 jogos.
Luís Carlos Tóffoli, o Gaúcho, nasceu em Canoas, no Rio Grande Sul, e tinha 52 anos. Revelado pelo Flamengo, em 1982, passou por XV de Piracicaba, Grêmio, Verdy Kawasaki, voltou ao Flamengo, defendeu Santo André e Palmeiras até viver o melhor momento da carreira. No retorno à Gávea, em 1990, foi campeão da Copa do Brasil, Carioca e do Brasileirão, como um dos protagonistas. Em 1994, seguiu Itália para jogar no Lecce, seguindo para Boca Juniors, Atlético-MG, Ponte Preta, Fluminense e se aposentou no Anápolis, em 1996. Como treinador, se aventurou no Mixto e no Luverdense, entre 2010 e 2011.
Embora não primasse pela parte técnica, Gaúcho era muito bom no jogo aéreo. Além disso, marcou gols importantes, como o da final da Taça Rio de 1991 – o Flamengo venceu o Botafogo por 1 a 0 -, em que fez a comemoração “Beijinho, beijinho, tchau, tchau”, alusiva a uma música da apresentadora Xuxa. Também marcou no primeiro jogo da decisão do Brasileiro de 92, novamente contra o Glorioso e que terminou em 3 a 0 e encaminhou a conquista do penta. Na decisão estadual, um ano antes, também deixou o seu nos 4 a 2 sobre o Fluminense.
Irreverente, Gaúcho teve uma de suas inúmeras brincadeiras bastante marcada. Após o primeiro jogo da final que resultou no penta, o rubro-negro ganhou de presente e carne na boca em churrasco oferecido por Renato Gaúcho, seu amigo dos tempos de Flamengo e que à época defendia o Botafogo. O pagamento da aposta, após a vitória por 3 a 0 do Fla em 12 de julho de 1992, fez Renato ser dispensado pela diretoria alvinegra.
Gaúcho também teve boa passagem pelo Palmeiras. Inclusive, num jogo contra o próprio Flamengo, defendeu pênaltis após empate no tempo normal – Zetti, o então goleiro palmeirense, machucou-se e o time já havia feito todas as substituições. O duelo foi válido pelo Brasileiro de 1988, e as partidas que terminavam em igualdade eram decididas nas penalidades.
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