
Do G1
Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) denunciou a
ex-governadora Vilma de Faria, a filha dela Ana Cristina de Faria Maia e
Carlos Roberto do Monte Sena, então esposo de Ana Cristina, pelo crime
de lavagem de dinheiro. De acordo com o MP, os três estariam envolvidos
no recebimento de R$ 200 mil para a campanha de reeleição, em 2006. O
valor, doado pelo empresário Anderson Miguel, teve origem no esquema de
corrupção desmascarado na chamada Operação Hígia.
A denúncia do MPF, de autoria do procurador da República Fernando
Rocha, aponta que o dinheiro foi repassado a Roberto Monte na agência do
Banco do Brasil localizada no Centro Administrativo do Estado. O
repasse, confirmado em depoimento pelo ex-gerente da agência, tinha como
objetivo, segundo o Ministério Público Federal, ajudar na campanha de
reeleição de Vilma de Faria e, assim, garantir a continuidade do esquema
ilegal descoberto pela Operação Hígia.
A Hígia desarticulou uma quadrilha especializada em fraudar
licitações, superfaturar contratos e promover corrupção junto a agentes
públicos de diversos órgãos estaduais. De acordo com o MPF, os desvios
de verbas ocorreram durante a gestão de Vilma de Faria. Em seu
depoimento à Polícia Federal, a empresária Jane Alves apontou Ana
Cristina como beneficiária indireta de propina, paga inclusive durante a
campanha de 2006. O fato foi confirmado por Anderson Miguel e outros
envolvidos no esquema.
A doação dos R$ 200 mil para a campanha de Vilma de Faria ocorreu no
período em que já se investigava a participação da empresária Jane Alves
no esquema fraudulento, através da então chamada Operação União, que
fomentou posteriormente a realização da Operação Hígia. Anderson Miguel
confirmou em depoimento o repasse do dinheiro a Ana Cristina para a
campanha de reeleição, através de Roberto Sena.